ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 47-2


Poster (Painel)
47-2SELEÇÃO DE PLANTAS PARA ENSAIOS DE ECOTOXICIDADE EM ESTUDOS DE BIORREMEDIAÇÃO DE SOLOS CONTAMINADO POR PETRODERIVADOS
Autores:Cavalcanti, T.G. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Viana, A.A.G (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Dourado, R. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Xavier, R. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Alencar, M.L. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Vasconcelos, U. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba)

Resumo

A determinação da fitotoxicidade de petroderivados presentes em solos complementa a sequência de ensaios, pelos quais é investigada a caracterização do contaminante, sua remoção microbiológica, bem como a certificação com respeito à toxicidade dos produtos do metabolismo. Neste contexto, muitas plantas são ótimas bioindicadoras, entretanto, o óleo pode ser estimulante do crescimento de outras, demandando tempo maior na seleção de sementes. O objetivo do trabalho foi simplificar o processo de seleção de sementes, escolhendo espécies adequadas a estudos de biorremediação de hidrocarbonetos em solo, bem como às condições necessárias ao ensaio. Foram testadas 11 espécies, adquiridas de estabelecimentos comerciais: 3 monocotiledôneas (Allium cepa, Cynodon dactylon e Zea mais) e 8 dicotiledôneas (Artemisia dracunculus, Brassica nigra, B. oleracea, B. rapa, Cucumis anguria, C. melo, Cuminum cyminum, Cynara scolymus, Passiflora edulis e Solanum melogena. Após limpeza e seleção de sementes íntegras, o teste foi realizado, utilizando extrato de solo arenoso, contaminado por óleo usado de motor, Diesel S10, gasolina comum e óleo de navio MF380, preparado a partir de sistemas contendo o solo contaminado pelos petroderivados nas razões 1:50; 1:10 e 1:5, incubados por 5d à temperatura ambiente. Foram distribuídas sementes em papel de filtro, embebido com 10mL do extrato do solo, incubadas à 22°C por 5d no escuro. O controle foi preparado com água destilada. A fitotoxicidade foi determinada pelo índice de germinação (IG), calculado pela relação entre as sementes germinadas e o crescimento da raiz no extrato do sole e no controle. O grau de toxicidade é classificado por alto (IG até 50%), moderado (50-80%) e nulo (maior que 80%). O IG de A. dracunculus, B. nigra e C. cyminum foi de moderado a alto, alcançando 0%, proporcional à concentração dos contaminantes, provavelmente devido ao tamanho e cor da semente, bem como ao fato de serem dicotiledôneas. O mesmo foi observado para B. oleracea, C. anguria e C. melo, porém, houve estímulo do crescimento na presença de diesel S10 nas duas primeiras, em óleo de navio na segunda e óleo de motor na última. Possivelmente por se tratarem de sementes claras e grandes, a germinação ocorre mais em função das reservas de energia. Embora estimuladas, o IG foi moderado, dada a provável presença de compostos voláteis tóxicos na fase de crescimento da raiz. No caso de A. cepa, o óleo de motor e gasolina estimularam o crescimento, e o IG foi nulo apenas no primeiro. Nos outros contaminantes testados, foi de moderado a alto e proporcional à concentração. Todos os petroderivados foram estimulantes do crescimento de B. rapa e 5 plantas não germinaram em função do fotoblastismo e tempo de germinação superior a 2-3d. Os testes contribuíram para a seleção de A. cepa, A. dracunculus, B. nigra, B. oleracea, C. anguria, C. melo e C. cyminum.


Palavras-chave:  Teste de ecotoxicidade, Fitotoxicidade, Bioindicadores, Biorremediação, Petroderivados